Lugares Improváveis: A beleza sublime do Yosemite Park

Minha vontade de conhecer o Yosemite Park, na Costa Oeste dos Estados Unidos começou com um desejo simples mas comum: eu queria ver neve! Ir para o hemisfério norte durante o inverno e não ver neve para mim seria como fazer essa viagem pela metade, ia parecer sempre que faltou alguma coisa…

Tendo como destino a Califórnia, encontrar neve, até mesmo no inverno, não era uma tarefa fácil, mas o Yosemite Park, no meio do caminho entre Las Vegas e San Francisco, parecia ser a solução mais certeira.

Quem tem um PC provavelmente já viu o parque: a foto de Yosemite é um dos fundos de tela mais clássicos, com as suas montanhas, vales e cachoeiras. Parecia lindo, mas a gente nunca acredita muito que aquelas imagens sejam totalmente reais…Pesquisando mais a fundo, vi que o parque vai muito além de uma bonita paisagem de fundo de computador: ele é um dos maiores parques nacionais dos EUA, recebendo dezenas de milhares de turistas, durante todo o ano, considerado Patrimônio Natural da Humanidade!

Mas o que faz esse lugar tão especial, para atrair tantas pessoas assim? Só beleza? A pesquisa pré-viagem culminou nesse vídeo, do próprio site do parque que acabou convencendo todo mundo que esse era um lugar que realmente valia a pena conhecer, com ou sem neve: ele era sublime!

No livro “A arte de viajar”, o autor Alain de Botton passa um capítulo inteiro falando sobre “o sublime”, o seu significado e porque somos levados e ficamos tão maravilhados com esses lugares de beleza tão majestosa. De citações do antigo testamento até para os filósofos gregos e iluministas, os “lugares sublimes” exercem ao mesmo tempo um efeito de questionamento, pequenez, assombro e alegria que nos levam a pensar: “Como pode existir um lugar tão bonito assim?” e o Yosemite Park é um exemplo perfeito disso.

Entrar no parque pelo túnel Wawona é a chance para dar de cara com o sublime: 1300 m de concreto construído pelo homem, sem nenhuma vista por alguns minutos, até que você se depara com o vale de Yosemite Park, com toda a sua imponência e beleza incrível de suas montanhas: aquela imagem de tela de computador era mesmo real! 🙂

No inverno o choque e a pequenez perante aquela paisagem ganham um ingrediente a mais: o vento frio, que parece quase uma parede empurrando o peito já encolhido pela magnitude daquela paisagem…”Meu Deus!” e foi uma questão de instantes para as primeiras lágrimas quererem escorrer pelos olhos…

Como cita de Botton:

“ o homem parece mero pó postergado: o sublime como um encontro prazeroso, até mesmo inebriante, com a fraqueza humana, diante da força, da idade e das dimensões do universo”

E completa:

“Há certas paisagens que deixariam um ateu assombrado ao ponto de crer, sem a ajuda de nenhum outro argumento (Thomas Gray, 1739)”

A preparação, planejamento, roteiro dessa viagem e mais paisagens sublimes nos próximos posts. Vambora para o Yosemite Park?

*** Mais dicas do Yosemite Park no blog:
– Como chegar e onde se hospedar no Yosemite Park
– Yosemite Park no inverno: dicas para se proteger do frio
– Planejando um viagem de carro pela Califórnia

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