Você já teve vontade/curiosidade de ter uma verdadeira experiência gourmet? Comer num restaurante super estrelado?! Então esse post é para você! Um relato enviado por um dos leitores aqui do blog, o ZRC, sobre o restaurante de Joel Robuchon em Londres é de babar…..de inveja! 😉
Vambora ficar morrendo de fome?!
“O que quer dizer realmente uma “experiência gastronômica” em um dos badalados restaurantes estrelados pelo Guia Michelin? Um mero mortal consegue apreciar e dar valor ao que vai encontrar, ou é algo somente para aqueles com palato privilegiado? Afinal, um jantar, por mais excepcional que seja, justifica gastar algumas centenas de Reais? Em uma rua discreta da vizinhança de Covent Garden em Londres (a cidade com mais restaurantes estrelados do mundo), parte da resposta está no L`Atelier de Joel Robuchon, que estampa orgulhosamente suas duas estrelas.
O fato do Chef Robuchon ter se tornado pop star internacional e raramente passar algum tempo em qualquer cozinha de seus muitos restaurantes ao redor do globo não afeta em nada a qualidade da experiência. Na transição de Chef para empresário do ramo gastronômico (não mero restauranteur), mostrou que soube escolher muito bem suas equipes. No L`Atelier, o Chef Olivier Limousin comanda o espetáculo.
Os ambientes do andar térreo (o L`Atelier propriamente) e o primeiro andar (o La Cousine) são bem diferentes. No primeiro, relativamente poucas mesas, decoração de “bistrô muderno” (tudo muito vermelho, iluminação escassa, fusion japonês-francês) e amplo balcão (embora com lugares apertados). O primeiro andar tem mais cara de restaurante: somente mesas, maior iluminação, decoração de utensílios de cozinha.
Ia dar a dica de tomar cuidado com as reservas pelo site Open Table. Fiz com uma semana de antecedência (jantar em uma quarta-feira às 20h no começo de julho), e recebi confirmação e lembrete por e-mail. O site alertava que a reserva não seria final sem uma confirmação por telefone, a qual nunca recebi. Quando fui ao restaurante, me identifiquei e viram a reserva. Qual não foi a surpresa quando no dia seguinte vi um e-mail do Open Table (datado do final da tarde do dia anterior) cancelando a reserva sem maiores explicações, indicando para entrar em contato diretamente com o restaurante. Mas agora as reservas podem ser realizadas no próprio site do restaurante.
Em pleno período de crise econômica, o andar térreo estava quase repleto, e havia somente dois lugares no balcão para aguardar enquanto aprontavam a mesa no primeiro andar. O primeiro andar estava a 50% da capacidade, mas ficou repleto em pouco mais do que uma hora. Uma vez que é realmente um local para uma experiência gastronômica, invés de uma mera refeição, as mesas quase não giram durante o jantar. Meu jantar, por exemplo, durou 4h30min…
O serviço foi impecável, com uma única exceção mencionada mais abaixo. O número de garçons por mesa é tal que não se fica sem atenção ou esperando sua vez. O cuidado com o bem-estar dos clientes vem em primeiro lugar de fato, e o desejo de agradar supera o esperado. Por exemplo, quando alguém da mesa estava se levantando para ir ao banheiro enquanto uma das sobremesas era trazida, o garçom percebeu rapidamente e somente trouxe (uma nova) sobremesa quando havia retornado para a mesa.
Enquanto se examina o cardápio, é trazida uma vasilha com azeite de oliva extra-virgem cercada por flor de sal, acompanhada de “casquinhas” crocantes. E em seguida trazem uma grande cesta com variedade de pães quentinhos. Para beber, uma água mineral de grife, ainda que vários cocktails estejam disponíveis.
Não tenha qualquer dúvida sobre pedir o menu découverte. Vou mais longe e digo que se pudesse voltar lá mais 10 vezes, pediria esse novamente. Só depois cogitaria pedir outros pratos e mini-porções avulsas para degustar; como requinte de crueldade com o paladar já habituado com padrão estrelar e ávido por ser novamente surpreendido.
A dúvida está em pedir ou não a harmonização de vinhos, que vem em duas variedades: padrão e prestige. Vai aqui a única crítica ao serviço: ao perguntar ao garçom (um francês, como quase todo o staff) sobre as escolhas, ele depreciou um pouco a escolha padrão (com alguns vinhos portugueses, espanhóis e americanos), dando a entender que a escolha prestige (exclusivamente com os “grandes nomes” de vinhos franceses) seria a única digna…
Decidi não pedir nenhuma harmonização, e combinar por conta própria cada prato com uma taça de vinho. Para adiantar um pouco, após as duas primeiras escolhas, pedi auxilio ao sommelier, que foi muito simpático e prestativo. Após acertar soberbamente três vezes em seguida, confiei nele cegamente para harmonizar os vinhos com os demais pratos, com direito a um “bis” em duas taças. Foi uma sábia decisão! Pena não lembrar mais de todos os rótulos…
Segue abaixo a longa e deliciosa procissão de pratos estrelados que experimentei no restaurante de Joel Robuchon:
1-) L’AMUSE-BOUCHE
“Royale’’ of foie gras, port reduction and parmesan foam
Simplesmente delicioso! A língua não consegue processar direito o que está acontecendo…, só sabe que quer mais. Vem em um copinho “shot” e é para comer com colherinha. A consistência é intermediária entre um creme e uma espuma. Já nesta primeira impressão o Chef impõe respeito e começa a mostrar o que significa ser estrelado pelo Guia Michellin. Por mim, já teria ganho uma estrela parando por aqui…
2-) LE CAVIAR
Caviar served on a bed of crab meat and lobster jelly
A combinação clássica de um caviar de boa qualidade com o sour cream pode ser espetacular, harmonizando o sabor e a textura próprios do caviar com algo com consistência e paladar completamente diferente. Mas esta combinação com carne de caranguejo e lagosta foi tão inesperada quanto bem-sucedida. Vem em uma latinha personalizada “Robuchon”, com o caviar sobre o generoso leito da carne branca e suculenta dos crustáceos.
3-) L’ASPERGE VERTE
Green asparagus cappuccino, cream of chives and golden croutons
Não sou especialmente fã de gazpacho, mas esta “releitura” estava saborosa. Uma espécie de etapa de transição nesta maratona gastronômica, para o paladar retomar o fôlego.
4-) LA NOIX DE SAINT-JACQUES
Caramelised scallop served with kumquat emulsion
De longe a melhor vieira de minha vida… Selada por fora, sem perder o frescor e a suculência. Foi de longe também o menor prato, mas com a maratona nem ainda pela metade, as porções se revelaram na medida certa.
5-) LE FOIE GRAS
Seared duck foie gras served with white peaches and hazelnuts
Faltam realmente superlativos aqui. Se tivesse que escolher o melhor prato, não teria dúvida de apontar este. A combinação com os pêssegos e avelãs é um achado.
6-) LE ROUGET
Pan fried fillet of red mullet, pissaladière and sauce vierge
O prato de que menos gostei, mas somente pela superiorade dos demais, ao invés de alguma fraqueza dele. Muito suave. Uma transição, como o gazpacho acima.
7-) LA CAILLE
Free range quail stuffed with foie gras and truffle mashed potatoes
Mudou completamente minha opinião sobre as codornas… Até então considerava sem graça, com excesso de ossos em relação a carne. O sabor foi intenso, deixando qualquer franguinho no terceiro mundo. È claro que o foie gras colaborou, mas o purê de batatas trufado foi o coadjuvante que (quase!) roubou a cena. Os romanos estavam certos ao colocar as codornas em um ponto alto dos seus festins!
8 -) LA SÉLECTION
Selection of matured cheeses
Quatro queijos dos quais não havia ouvido falar até aquele momento, para minha grande perda: como pude viver sem eles! Acompanhados de algumas frutas secas. A harmonização com um vinho húngaro de sobremesa foi inacreditável.
9-) LES DEUX DESSERTS DE FRANÇOIS
François’s duo of desserts
A primeira sobremesa foi um espetacular lollipop (não dá para traduzir sem perder o significado): uma casquinha de chocolate branco impossivelmente combinado com canela, e o recheio de sorvete com sabor cítrico.
A segunda sobremesa foi simplesmente um massacre, especialmente para um chocólatra convicto. Uma grande taça, que posso somente descrever como camadas e camadas de delírio à base de chocolate. Da farofinha de cacau intenso na cobertura, passando por um creme de chocolate, por uma mousse de chocolate, por um sorvete de chocolate, ladeado por uma rica calda e raspas (de chocolate!), …, cada etapa foi um prazer, e o conjunto da obra me fez levitar.
Praticamente se esqueci da primeira sobremesa, o que foi uma covardia. Mas o Chef pode, … e este foi o seu tiro de misericórdia, … para humilhar mesmo. Realmente, as duas estrelas não são para qualquer um.
10-) LE CAFÉ EXPRESS OU THÉ
Coffee or tea of your choice
Já que o Chef é francês, não é preciso aqui lembrar para pedir um double expresso em terras anglo-saxãs, sob pena de receber somente um fundinho de xícara. A surpresa foi a bandeja com bombons sortidos de chocolate para acompanhar. Como brincou o garçom, parece que nunca vai acabar a maratona!
Mas ela acabou… Para aqueles que se recusam a acreditar, é feito o convite para subir ao segundo andar, onde há um amplo bar com terraço.
Ao pagar a conta, há a confirmação de que não se estava fazendo uma refeição para nutrir o corpo, mas sim participando de um espetáculo para entreter os sentidos do paladar e do olfato. Congratulações ao Chef!
Para terminar, fica a dúvida do que pode separar um restaurante com duas estrelas daquele com três. Talvez sejam aquelas sutilezas que separam a excelência da perfeição, mas estou ansioso para um dia descobrir!!!”
+ informações: http://www.joelrobuchon.co.uk
Crédito das imagens:
– Genuiness.wordpress.com: http://migre.me/22EaS
– Pigpigscorner.com: http://migre.me/22CO1
Obrigada pelo post ZRC! Vambora!!!
*** Veja também:
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O relato deste jantar deu água na boca. Maravilhoso! Gostaria apenas de saber quanto deu a conta, para saber se posso fazer a mesma “experiência” ou não.
Gê, acabei de conferir no site do restaurante (http://www.joelrobuchon.co.uk/ground-floor) e vi que hoje o menu degustação está por 125 libras (uns 300 e poucos reais). É caro, mas pense assim: ao inves de comprar uma bota (por esse mesmo preço), você vai passar por uma experiência gastronômica 5 estrelas, em Londres. Tem gente que prefere a bota, tem gente que prefere a experiência, vai do seu gosto! 🙂
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Oi! Queria compartilhar o relato da minha experiência gourmet em Londres, onde fui a dois restaurantes do Gordon Ramsay e dois do Jamie Oliver. Espero que ajude aos leitores!
http://letsflyaway.com.br/batalha-dos-chefs-gordon-x-jamie/